Luiz Couto aciona MPT para investigar relação trabalhista entre influenciador Hytalo Santos e adolescente
O deputado federal Luiz Couto (PT-PB), membro da Comissão de
Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados,
encaminhou ofício ao procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho na
Paraíba (MPT-PB), Rogério Sitônio Wanderley, solicitando a apuração de
possíveis irregularidades trabalhistas envolvendo o influenciador digital
Hytalo Santos (nome de registro: Hitalo José Santos Silva) e a adolescente
Kamyla/Kamylla Santos, que começou a participar de seus conteúdos aos 12 anos e
hoje tem 17.
Segundo o parlamentar, há indícios de que a jovem tenha sido
progressivamente “adultizada” em situações inadequadas para sua faixa etária, o
que pode configurar violação ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O
caso foi amplamente noticiado pela imprensa, incluindo reportagem do portal
Metrópoles, que revelou que o influenciador possui uma empresa avaliada em R$
38 milhões.
Couto pediu que o MPT investigue não apenas o vínculo da
adolescente com Hytalo, mas também a eventual participação de outros menores de
idade em atividades das empresas ligadas ao influenciador, com atenção especial
às condições de trabalho, formalização de contratos, remuneração e proteção
prevista pela legislação.
O requerimento cita artigos da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) que proíbem atividades noturnas, insalubres ou perigosas para
menores de 18 anos, além de reforçar que qualquer contratação deve respeitar as
normas do ECA. Também menciona jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça
(STJ) que considera crime a exploração de crianças e adolescentes em atividades
que comprometam seu desenvolvimento.
Entre os pontos a serem investigados, o deputado solicita:
1. Verificação da formalização de contratos ou vínculos
empregatícios entre o influenciador e a adolescente;
2. Investigação sobre outros jovens eventualmente contratados
por empresas de Hytalo Santos;
3. Levantamento de empresas e atividades ligadas ao
influenciador;
4. Checagem das condições de trabalho de menores que atuam em
residências usadas para gravações;
5. Apuração de repasses financeiros feitos às famílias dos
adolescentes envolvidos.
Para Luiz Couto, o caso exige atenção especial e o MPT tem um
papel importante na fiscalização e defesa dos direitos trabalhistas. “É de
extrema importância a atuação rápida para coibir qualquer prática que configure
exploração infantil no ambiente digital. A proteção e a dignidade de crianças e
adolescentes são direitos fundamentais assegurados pela Constituição e pelo
ECA. É preciso garantir que não sejam expostos a situações que violem sua
integridade física, emocional e moral”, afirmou o parlamentar.
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