Deputado Luiz Couto denuncia graves violações dos direitos de crianças autistas e cobra ações efetivas
Durante seu discurso, o deputado relatou o episódio ocorrido em 14 de fevereiro deste ano, quando a mãe de Lucas, Amanda Ferreira, presenciou uma monitora da escola agredindo verbalmente seu filho e fazendo ameaças de agressão física. Ao levar a denúncia à direção da escola, a resposta foi a exclusão de Lucas, que foi considerado "insuportável" e não poderia mais frequentar a instituição. A denúncia foi então encaminhada à Secretaria de Educação Municipal e ao Conselho Tutelar, mas a resposta foi de omissão e falta de ação efetiva. Para agravar ainda mais a situação, a delegacia de polícia se recusou a registrar a ocorrência, alegando a ausência de agressão física, ignorando a violência psicológica e a discriminação vivida pela criança.
Couto ressaltou que esse caso não é isolado e refletiu sobre a realidade enfrentada por muitas outras crianças autistas em todo o país. A exclusão social, o bullying, a falta de capacitação dos profissionais da educação e a negligência das instituições educacionais são desafios diários para essas crianças e suas famílias, que lutam pelo direito básico à educação e inclusão.
O deputado também mencionou um caso recente, divulgado pelo programa Fantástico, no qual uma criança autista foi agredida fisicamente por um professor de capoeira. O relato da criança, que descreveu a agressão como "me deu uma rasteira", trouxe à tona a violência física e psicológica que muitas vezes passa despercebida e silenciada. Couto questionou quantas outras crianças estão sofrendo em silêncio e não têm suas vozes ouvidas.
Em seu pronunciamento, Luiz Couto fez um apelo para que as autoridades competentes tomem as medidas necessárias para apurar com rigor os casos de violência e negligência contra crianças autistas, responsabilizando os culpados e criando políticas públicas de inclusão. O deputado enfatizou que as escolas devem ser espaços seguros e acolhedores para todas as crianças, incluindo aquelas com deficiência, e que é urgente a capacitação dos profissionais da educação para lidar com as especificidades do autismo. Além disso, ele defendeu a ampliação do acesso a terapias e tratamentos adequados para essas crianças, bem como o suporte necessário para as famílias, que muitas vezes se veem sobrecarregadas e desamparadas.
"Não podemos mais tolerar que crianças autistas sejam discriminadas, excluídas e violentadas. A inclusão não é apenas um direito, é um dever de todos nós", afirmou o deputado, conclamando a sociedade e as autoridades a se unirem em defesa dos direitos das crianças autistas.
Por fim, Luiz Couto anunciou que, além de sua denúncia na Câmara, já havia encaminhado o caso às instituições responsáveis pela defesa dos direitos humanos, como o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, a Secretaria Nacional de Pessoa com Deficiência, a Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial, a Comissão de Direitos da Pessoa com Deficiência e o Conselho Nacional de Direitos Humanos.
"É preciso agir para garantir um futuro melhor para as crianças autistas do Brasil. A omissão é cúmplice da violência", concluiu.
O caso de Lucas Ferreira Sousa e a denúncia do programa Fantástico servem como um alerta para a sociedade brasileira, que precisa se mobilizar urgentemente em favor da inclusão e do respeito aos direitos das pessoas com autismo.
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