A PARÁBOLA DO SEMEADOR E O PERIGO DA CORRUPÇÃO - Artigo de Luiz Albuquerque Couto - Deputado Federal, PT/PB
Hoje, como homem de fé e de vocação
política, quero compartilhar uma reflexão, que nos é trazida pelo Evangelho de Marcos, capítulo 4,
versículo 19, na conhecida Parábola do Semeador.
A Palavra diz: "Mas as preocupações deste mundo, a
sedução das riquezas e os muitos desejos sufocam a Palavra, tornando-a
infrutífera".
Nesta passagem, Jesus nos alerta sobre o
que acontece quando permitimos que as forças destrutivas do mundo desviem os
corações das boas sementes da justiça, da verdade e do bem comum. Ele fala
sobre as sementes que caem entre os espinhos e são sufocadas pelas preocupações
deste mundo, pela busca incessante por riqueza e pelos desejos egoístas.
O inimigo age da mesma forma na
política. Quando a política, que deve ser um instrumento de transformação
social, se corrompe pela sedução das riquezas, pelo poder a qualquer custo, ela
perde sua essência. O que era para servir ao povo e às causas mais justas se
transforma em uma ferramenta para oprimir e desviar os recursos que deveriam
cuidar do nosso bem-estar.
A corrupção, como aqueles espinhos
mencionados por Jesus, sufoca a política e impede que as boas sementes brotem e
deem frutos. A corrupção sufoca os sonhos de um Brasil mais justo, a esperança
de uma sociedade que possa viver em paz e igualdade, sufoca a vida de tantas
crianças, jovens e adultos que aguardam por políticas públicas sérias e
comprometidas com o interesse coletivo.
E quando o solo é infértil ou tomado
pelos espinhos, às sementes da justiça não prosperam. Assim também, quando a
corrupção se infiltra em nossas instituições, ela destrói os sonhos, e o que
resta é o desespero e a desesperança.
Como nos alerta a parábola, o papel de
quem semeia é garantir que a boa semente não caia entre os espinhos. É nosso
dever, enquanto legisladores, enquanto servidores do povo, garantir que nossas
instituições estejam livres dessa praga, que é a corrupção. Não podemos deixar
que a ganância e o desejo de poder sufoquem o compromisso de servir o bem
comum.
Se estamos na política, é porque o povo
nos deu essa responsabilidade de sermos guardiões da justiça e da verdade. Se
permitirmos que a corrupção, como os espinhos, nos envolva, trairemos essa
confiança e impediremos que a boa semente germine e dê frutos. O papel do político é garantir que o
solo esteja fértil, que a palavra da verdade e da justiça prospere em cada
canto deste país.
A corrupção é o verdadeiro inimigo da
política séria e responsável. Não podemos mais permitir que a busca por poder e
riqueza continue a sufocar as esperanças do povo brasileiro.
Que a parábola do semeador, assim como
nos ensina a Palavra, nos sirva de inspiração para redobrar nosso compromisso
com a ética, a justiça e a transformação social. Que saibamos preparar o
terreno da política para que ela seja um instrumento de libertação e não de
opressão.
Comentários
Postar um comentário