Pular para o conteúdo principal

Deputado Luiz Couto denuncia contaminação do processo eleitoral em João Pessoa

 

O deputado federal Luiz Couto (PT-PB) denunciou que as infrações apontadas pelas operações em curso pela Polícia Federal envolvendo a secretária de Saúde de João Pessoa, Janine Lucena, filha do prefeito Cícero Lucena, a primeira-dama Lauremília Lucena, o conselheiro tutelar Josevaldo Gomes, a vereadora Raíssa Lacerda e o crime organizado estão interferindo no processo eleitoral da capital. Segundo Couto, as investigações das Operações Mandare e Território Livre, apontam uma grave contaminação que pode comprometer a lisura das eleições. O parlamentar destaca que o envolvimento de agentes públicos com facções criminosas ameaça o direito de escolha dos eleitores.

De acordo com as investigações da Polícia Federal, Josevaldo Gomes, conselheiro tutelar, teria se envolvido com facções criminosas para garantir sua eleição ao Conselho Tutelar e, em seguida, ampliado sua influência para campanhas eleitorais municipais. As apurações revelam que Josevaldo manteve encontros com Janine Lucena e sua mãe, Lauremília Lucena, o que sugere um possível favorecimento político na administração de Cícero Lucena.

Conversas interceptadas pela PF mostram que Josevaldo teria solicitado contratações de vigilantes ao secretário da Ciência e Tecnologia, Guido Lemos, mencionando, inclusive, a intervenção da primeira-dama Lauremília Lucena para garantir os cargos. Para o deputado Luiz Couto, essa troca de favores em troca de apoio político é alarmante e requer uma resposta urgente das autoridades.

O parlamentar já havia expressado preocupação em ofício enviado ao Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, no qual alertava para o crescimento do crime organizado na Paraíba. "Temos observado esse avanço desde nosso trabalho na CPMI das Milícias no Nordeste, onde tivemos acesso ao chamado 'Estatuto do Primeiro Comando da Capital (PCC)', e o que está ali escrito se confirma nas ações recentes desbaratadas pela Polícia Federal", afirmou Couto.


O deputado também mencionou o "artigo 11 do estatuto do PCC", que descreve a estratégia de expandir a influência da organização criminosa para além do sistema penitenciário, formando alianças com facções como o Comando Vermelho (CV) para "revolucionar o país de dentro das prisões". Para Luiz Couto, essas conexões entre facções criminosas e políticos locais são uma grave ameaça à democracia e à segurança pública, exigindo medidas imediatas para proteger a liberdade de escolha dos eleitores e a integridade do processo eleitoral.

As investigações das Operações Mandare e Território Livre continuam, e novos desdobramentos são esperados nas próximas semanas, o que pode intensificar as repercussões políticas dessas descobertas em João Pessoa.


Ascom

Comentários