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Deputado Luiz Couto celebra os 60 anos da Campanha da Fraternidade no Brasil

 



              Neste ano a Campanha da Fraternidade está completando 60 anos. O deputado Luiz Couto foi à tribuna e ressaltou a importância do tema e a vivência da campanha para a sociedade brasileira.
Luiz Couto enfatizou a contribuição de Dom Helder Câmara em 1964, então secretário geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A Campanha tem o objetivo de conversão e também de ações concretas em torno do tema em discussão.
Muito obrigado!

              Veja a íntegra do discurso do deputado, na tribuna da Câmara nesta terça-feira, 12 de março de 2024.

              “Gostaria de fazer um agradecimento especial ao Presidente da Casa, pela sensibilidade em acolher nosso pleito que aborda um tema tão caro ao Brasil. A Campanha da Fraternidade tem por objetivo sensibilizar e motivar a comunidade católica a refletir e agir sobre questões sociais e culturais que afetam os cidadãos brasileiros. Ademais, busca conscientizar e mobilizar a sociedade em torno de temas relevantes para a construção de um mundo justo e fraterno.

               O ano de 2024 é um ano de júbilo para a Igreja Católica no Brasil, quando comemoramos os 60 anos da Campanha da Fraternidade. Em 1964, como resultado do esforço do saudoso arcebispo Dom Helder Câmara, um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e ardoroso defensor dos direitos humanos durante o período da ditadura militar, a Campanha, outrora regionalizada, passou a ser nacional. Desde então, tem cumprido o propósito de promover ações evangelizadoras, mobilizando a Igreja e os fiéis no Brasil durante o período da Quaresma.

Este ano, o tema da Campanha é “Fraternidade e Amizade Social”, acompanhado pelo lema “Vós sois todos irmãos e irmãs”, versículo 8, capítulo 23, do livro de Mateus na Bíblia Sagrada. A escolha do tema foi inspirada na Encíclica Fratelli Tutti, escrita por Sua Santidade Papa Francisco no ano de 2020.

                  A Encíclica nos ensina que a amizade social é um amor que ultrapassa as barreiras da geografia e do espaço. Tal amizade incorpora a capacidade diária de considerar fraternalmente a todos, de não construir laços na base do interesse, mas com espontaneidade e compreendendo o ensinamento bíblico de que somos todos irmãos e irmãs.  

                Nas palavras do bispo auxiliar da arquidiocese de Brasília e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, o tema e o lema da Campanha da Fraternidade deste ano refletem a preocupação do episcopado brasileiro em aprofundar a fraternidade como contraponto aos inúmeros processos de divisão, ódio, guerras e indiferença ao sofrimento que têm marcado a sociedade brasileira e o mundo no tempo atual.

                Assim, a Campanha da Fraternidade 2024 tem como proposta um convite de conversão à amizade social e ao reconhecimento da vontade de Deus de que todos sejam irmãos e irmãs.

Nesse contexto, a amizade social é definida quase como um desafio, que nos obriga a ultrapassar os grupos de amigos e amigas e trabalhar para a construção de amizades que superem preconceitos, discriminações, barreiras raciais, étnicas, sociais, religiosas, políticas e culturais. Trata-se de uma abertura, do acolhimento do outro, da comunicação verdadeira, do diálogo, dos gestos de doação e entrega.

                Essa campanha valoriza, especialmente para os tempos difíceis que estamos vivendo, dois conceitos cristãos essenciais. Falo de “Fraternidade e Paz”. O Texto-Base da Campanha da Fraternidade ilumina essa ideia, ao relatar que a Carta Encíclica Fratelli Tutti convoca à reflexão conjunta por um projeto de fraternidade, baseado na amizade social e no amor político, tendo o diálogo como caminho necessário para incentivar a cultura do encontro.

                 Faz-se necessário, para propagar o amor que Cristo nos ensinou, superar a indiferença ao próximo. Essa indiferença nos transforma em portadores de insensibilidade diante das necessidades e sofrimentos alheios. Vivemos no mundo adoecido pelo individualismo. O Papa Francisco nos indica, como remédio, compreender que todos os seres humanos possuem a mesma dignidade e partilham de uma igualdade fundamental.

                Faz-se necessário praticar a amizade social em nossa vida e convivência comunitária, com atitudes concretas, iniciativas reais, e empenho para superar a indiferença, o ódio, as divisões políticas e as guerras. Só assim será possível abraçar e resolver as grandes questões sociais enfrentadas pelo Brasil e pelo mundo.

                 Nesse contexto, o texto-base da Campanha nos lembra que a amizade pura, sem o estabelecimento de distinções, nos permite existir e viver com a responsabilidade e o compromisso de transformar a própria vida do outro.

                Gostaria de chamar a atenção para o cartaz escolhido para a Campanha deste ano. Criado pelos jovens de Brasília Samuel Sales e Wanderley Santana, apresenta o cenário da comunidade como uma casa. Em uma mesa, estão reunidos compartilhando o alimento pessoas de diferentes etnias. Ali estão desenhados indígenas, negros, brancos, mulheres, cadeirantes, adultos e idosos, todos sacramentando a amizade de Deus com a humanidade.

                De pé, junto à mesa, está a imagem do Papa Francisco, propondo ao mundo a amizade social como o caminho necessário para garantir a convivência pacífica e a subsistência de todos os seres humanos. O Papa usa a cruz de dom Helder Câmara, homenageando este grande homem de fé e recordando os 60 anos da Campanha.

                Parabenizo a CNBB e conclamo a todos os católicos a se unirem nesse serviço de comunhão da Igreja no Brasil. Juntos, uniremos forças ante a situação de individualismo e divisão que persiste no país.

 

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